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terça-feira, 30 de julho de 2013

Empregada da Perdigão não comprova síndrome depressiva por pressão no trabalho

 Com a devida vênia aos ilustres ministros do TST, não coadunamos com o entendimento de que o TST não pode reexaminar os fatos e provas.

A postura do TST vai de encontro ao princípio da ampla defesa, preceito assegurado na Constituição Federal. Portanto, havendo erro na avaliação das provas e fatos, o mínimo que os excelentes Ministros deveriam fazer era retornar o processo para melhor avaliação.

A decisão em tela, deixa uma vasta estrada larga para que empresas abusem dos trabalhadores com práticas inapropriadas, a exemplo da discriminação dos funcionários de curso superiores, a discriminação dos funcionários que não conseguem atingimento das metas e, tantos outros modelos nefastos praticados no mundo empresarial faminto por grandes lucros.

Vamos ao entendimento dos ilustres ministros do TST:

Empregada da Perdigão não comprova síndrome depressiva por pressão no trabalho



Uma trabalhadora da Perdigão não obteve êxito ao pedir na Justiça do Trabalho indenização por danos morais e materiais causados por doença ocupacional equiparada a acidente de trabalho. Tanto a Vara do Trabalho como o Regional de Santa Catarina indeferiram os pedidos por não se convencerem das alegações feitas de ocorrência de grave pressão psicológica no ambiente de trabalho.
Ao recorrer, a empregada afirmou ser antigo e conhecido o desprezo da empregadora em relação aos seus empregados explicado, inclusive, pelo alto número de ações ajuizadas. Citou a proposição de ação civil pública  movida pelo Ministério Público do Trabalho com o propósito, segundo ela, de exigir mudanças na organização do trabalho da Perdigão.
De acordo com o Regional , não há provas nos autos de que a empresa tenha praticado ato ilícito. Os desembargadores destacaram que sequer houve comprovação do nexo de causalidade entre a síndrome depressiva sofrida pela empregada e suas condições laborais, considerando que a perícia feita concluiu que as doenças que acometem a empregada são males psiquiátricos e não de natureza ocupacional. Também não ficou evidenciada que a cobrança de metas extrapolasse o poder diretivo do empregador, nem que fosse direcionada exclusivamente à autora da ação.
Ao recorrer ao TST, a empregada disse que houve equívoco dos julgadores catarinenses na avaliação das provas, afirmando ter ficado amplamente demonstrado que o trabalho foi a única causa para o desencadeamento de sua doença.
Contudo, ao analisar o recurso de revista da trabalhadora, o ministro Fernando Eizo Ono ressaltou que as afirmações da recorrente, em sentido oposto aos fundamentos da decisão do TRT, demonstram a intenção de obter reavaliação das provas por esta Instância Superior.
De acordo com o relator, o recurso não pode ser conhecido em razão da Súmula 126 do TST, que afasta a possibilidade da utilização do recurso de revista para reexame de fatos e provas.
A decisão foi unânime.
(Cristina Gimenes/ AR)

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